Em depoimento, eles negaram ter tido contato e conhecer Eduardo Print Júnior, mas confirmaram que deixaram dinheiro no posto
A Comissão Processante encarregada de investigar e analisar o processo de cassação de mandato dos vereadores Rodrigo Kaboja (PSD) e Eduardo Print Júnior (PSDB) realizou mais quatro oitivas, nesta quarta-feira (7/2). Os empresários confirmaram pagamento de propina a Kaboja para apresentação e aprovação de projetos de zoneamento.
O Ministério Público denunciou os dois parlamentares por corrupção passiva a partir das investigações da operação Gola Alva. Ambos estão afastados judicialmente.
Waldinei – empresários confirmam propina a Kaboja
A comissão ouviu primeiro o empresário Waldinei Alves Arantes. Ele alegou ter contatado o vereador Kaboja após ter ido à prefeitura. Lá, ele disse que um servidor – sem citar nomes – o orientou que zoneamento deveria ser tratado na câmara.
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Após contato com Kaboja, o vereador, então, teria exigido a quantia de R$ 50 mil. Kaboja teria dito que o valor seria para o responsável “em executar o processo para colocar em votação”.
“Não disse que era para ele. Não sei. A quem cabe apurar não sou eu”, disse.
Arantes afirmou ter efetuado o pagamento ao vereador no dia da votação, dentro de seu próprio veículo, estacionado em frente à Câmara Municipal.
O irmão dele, Walmir Alves Arantes, desembolsaria metade do valor, ou seja, cada um pagou R$ 25 mil.
Waldinei relatou que, no dia do pagamento, falou errado para o irmão dele o local onde deveria deixar a parte dele do dinheiro, com isso, ele dirigiu-se à prefeitura, quando deveria ser a câmara. Kaboja, então, disse que ele podia deixar o montante no posto de combustíveis de Print Júnior, localizado no bairro São José.
Waldinei ressaltou não ter contato pessoal com Print, sendo sua única relação com o vereador Kaboja.
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Walmir
Em seu depoimento, Walmir confirmou ter efetuado o pagamento de R$ 25 mil em espécie no posto Print, conforme orientado por Kaboja. Alegou ter entregue o dinheiro a uma funcionária do posto, porém, não conseguiu fornecer o nome.
De acordo com Walmir, no momento da entrega, ele comunicou que o dinheiro era destinado a Kaboja e não houve questionamento por parte da funcionária.
João Paulo
A comissão também ouviu João Paulo Gomes Barbosa. Ele alegou ter procurado Kaboja para garantir a aprovação do zoneamento. De acordo com o depoimento, ele teria pago R$ 10 mil em espécie, antes e depois da votação.
O segundo pagamento ocorreu em frente à Câmara Municipal, enquanto o primeiro a um homem no posto vinculado a Print Júnior.
João Paulo ressaltou não conhecer Eduardo pessoalmente, afirmando que ele não estava presente no local. Negou também qualquer negociação direta com Print Júnior.
Também nunca teve contato com Kaboja antes do pedido para a alteração no zoneamento. Ainda disse não ter como comprovar o pagamento da propina.
Nicácio
A comissão ouviu por último Nicácio Diegues Júnior. Ele negou qualquer negociação com Eduardo Print Júnior.
Alegou ter repassado duas parcelas Kaboja, uma antes de R$ 20 mil e outra, de R$ 30 mil, após a aprovação do projeto. Em ambas as ocasiões, o empresário efetuou o pagamento em uma empresa dele.
O advogado de Kaboja, Daniel Cortez, rebateu as acusações e alegou falta de provas. A defesa de Print Jr. optou por se pronunciar somente ao término das oitivas.