Até a manhã de sexta-feira (26) 78% dos leitos de UTI's estavam ocupados (Foto: Divulgação)

Boletim de ocorrência foi registrado e denúncia feita na ouvidoria do hospital; Jovem estava internada desde segunda (02)

Uma família de Divinópolis acusou o Complexo de Saúde São João de Deus, em Divinópolis, de negligenciar o parto de uma jovem, de 20 anos. Um boletim de ocorrência foi registrado pelos familiares neste domingo (09).

Segundo o pai da paciente, Mario César de Assis, Isabela Fernandes de Assis deu entrada no hospital no sábado, dia 31 de agosto, devido ao baixo líquido do bebê. Porém, na mesma data, os médicos mandaram ela para casa. A paciente estava sentindo muitas dores e dias depois, na segunda-feira (02), ela foi levada para um ultrassom particular.

“Lá, foi constatado que o líquido estava muito baixo e que ela tinha que fazer uma cesárea no máximo em dois dias”, explicou Mario.

Retorno ao CSSJD

O pai de Isabela contou também que ela retornou ao CSSJD. O hospital ficou com a paciente, que estava com 36 semanas de gestação. Segundo Mario, os médicos alegaram que não havia possibilidade de haver uma cesárea e que “seguraram” a filha entre a segunda (02) e este domingo (09), fazendo ultrassom e dando remédios para amenizar a dor, mesmo com a advertência dos pais, sobre a urgência do parto.

“Eles enrolaram, pois no domingo, ela faria 37 semanas, para estar fazendo a cesárea. Nesse período, tentaram impedir o parto. Aplicaram seis comprimidos para ter dilatação, sendo que ela só tinha uma e a médica que a acompanhou (no ultrassom particular) disse “o seu parto é cesárea, não tem como”. Nesse tempo, esses comprimidos que eles dão, tem paciente que com dois, três, já faz o parto, eles colocaram seis, esperando com que ela tivesse passagem para fazer normal e nós em cima deles”, relatou Mario.

Resistência e agravamento

Mario ainda detalhou que solicitou a transferência da filha para que o parto ocorresse em um atendimento particular, porém ele alega que os médicos não autorizaram, afirmando que como ela entrou na unidade, não tinha como sair. A situação se agravou na última quinta-feira (05), quando Isabela não sentiu mais o bebê mexer. Na manhã deste domingo (08), ele faleceu.

“Ela pediu, implorou para que fosse feita a cesárea. Não fizeram. Chegou no domingo (08), fizeram a cesárea e a criança estava morta, quase matam a minha filha e toda a junta médica sabia dessa situação e foram negligentes”, disse Mario, em tom de indignação.

O pai da paciente relatou que Isabela está bem e que depois do ocorrido, o atendimento se transformou. A família registrou um boletim de ocorrência sobre o caso e o denunciou à ouvidoria do hospital.

“É como se eu tivesse pagado uma fortuna para estar sendo atendido. Quer dizer, na hora que erra, muda o tratamento e com medo de estarmos entrando com uma ação contra eles. Mas, isso é inevitável, não tem como, porque foram negligentes (…) Graças a Deus, a minha filha está vindo embora, mas poderiam ser as duas mortas”, finalizou.

CSSJD

O PORTAL GERAIS entrou em contato com o Complexo de Saúde São João de Deus, que informou, em nota, encaminhada pela assessoria de imprensa, que o recém-nascido nasceu de um parto cesáreo, que transcorreu normalmente.

Entretanto, após o nascimento, o mesmo apresentou dificuldades respiratórias, quando recebeu todos os cuidados pela equipe de Pediatria.

“Infelizmente, o recém nascido não respondeu aos cuidados implementados, vindo a óbito. Iniciadas as manobras de reanimação, não houve êxito. O Complexo de Saúde São João de Deus lamenta o ocorrido”, informou.