“É gente entrando vivo e saindo morto”, declarou o vereador dizendo que está “gritando em piscina”

O vereador de Divinópolis Flávio Marra (Patriota) vai provocar o Ministério Público (MP) em busca de respostas para as irregularidades enfrentadas na Unidade de Pronto Atendimento (UPA). No documento divulgado nesta quinta-feira (18/11), o parlamentar citou a falta de macas, leitos, cadeiras e o número insuficiente de profissionais para atendimento.

“É gente entrando vivo e saindo morto”, disparou.

Critico da atual gestora, o vereador tem cobrado o afastamento imediato dela desde o anúncio da rescisão contratual com o município. Na época, a alegação foi de irregularidades contábeis. O Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Social (IBDS), alvo de investigação da Polícia Federal, continua a frente da unidade até uma nova licitação.

“Estou provocando o Ministério Público, sabe porquê? Não sei se você já fez isso, população, mas é a mesma coisa de gritar na piscina. Já fizeram isso? Você grita e ninguém te ouve? É o que me sinto fazendo nesta tribuna. Sabe porquê? Porque já provoquei a Comissão de Saúde, o Conselho de Saúde, já falei nesta tribuna, falei com o prefeito, com o secretário, sentei com eles e mostrei que o IBDS está arregaçando com a UPA e com a população”, declarou ao apresentar o ofício durante a reunião de hoje.

Marra também cobrou atitude.

“Por que a gente não varre o IBDS de lá? Ele vai dar o chapéu nos funcionários, não está atendendo a população como deve ser atendida. É gente chegando na UPA e sendo mandada embora, é gente tendo que deitar em cima de banco, no chão e ninguém toma providência”, afirmou.

Entre as alternativas, ele sugeriu que seja chamada a segunda colocada no processo licitatório.

“Que chame a segunda, a terceira, a quinta, a décima, chama quem quiser o que não pode é o IBDS continuar lá e matando as pessoas porque é o que está acontecendo na cidade de Divinópolis”, lamentou.

Superlotação

Até a data de ontem, 51 pessoas estavam aguardando vagas em hospitais para transferência, cinco delas para Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Este número, segundo o vereador Ney Burguer (PSB) subiu para 60 hoje.

“Todos hospitais têm ficado lotados, em função do retorno das cirurgias eletivas. A demanda das eletivas são as maiores da história, uma vez que ficamos muito tempo sem tê-las, em decorrência da pandemia. Neste momento as duas filas (URGÊNCIA e ELETIVA) estão simultâneas o que tem exaurido o sistema. Com isso estamos sim com dificuldade para conseguir regular esses pacientes”, informou a prefeitura.

Só em Divinópolis, 1.544 pessoas aguardam por procedimento cirúrgico eletivo.