ponte em itapecerica severo augusto
A previsão é de as obras serem concluídas em dois meses se não houver novos imprevistos (Foto: Divulgação)

Obra inacabada tem causado problemas aos moradores e aos comerciantes do local que pedem o posicionamento da câmara e prefeitura.

Danielley Melo

Moradores de Itapecerica, no Centro-Oeste de Minas Gerais, têm reclamado do fechamento de um trecho da Avenida Severo Augusto. A lentidão da obra para construção de uma ponte no bairro Alto Alegre está gerando transtornos. Iniciada no dia 9 de outubro do ano passado, a conclusão estava prevista para janeiro.

Para fugir da via interditada os moradores precisam dar a volta pela rua da igreja da Nossa Senhora das Graças, que também possui problemas estruturais na ponte; mas, ainda é a única opção dessas pessoas.
Conforme relatado por uma moradora, devido ao elevado nível de chuvas em março de 2023, parte da via cedeu.

Até outubro (2023) o acesso seguia normalmente, apesar do cenário preocupante. No entanto, a partir do dia 20 de outubro de 2023 a prefeitura comunicou à população que a rua estaria interditada – inclusive para pedestres, devido as obras.

ponte provisória em itapecerica
A prefeitura construiu uma ponte provisória para pedestre (Foto: Divulgação)

Alguns moradores, portanto, procuraram suporte para solicitar uma passagem para pedestres. Com isso, a prefeitura improviou com a construção de uma ponte. Apesar de ter atendido a solicitação, havia ainda a insegurança quanto às crianças e aos idosos que precisavam atravessar o local.

Uma moradora do bairro informou que há duas escolas próximas à rua e, nesta situação, há dificuldade quanto à passagem de crianças.

“Tem pais que não deixam as crianças passarem, tem que dar volta. Tem o supermercado aqui, tem outros comércios que os idosos não vêm”, afirma.

Ela ainda ressalta que pessoas que não possuem veículos sofrem ainda mais com a situação.

“Essas pessoas mais idosas, mais simples, são as que têm mais dificuldade”.

Impacto para comerciantes

Além desses transtornos, comerciantes também têm enfrentado problemas por causa do fechamento da via. Muitos pontos de comércio têm perdido clientes em virtude da escassez dos ônibus, por exemplo, que ligavam o bairro Alto Alegre ao Distrito Lamounier.

Esses passageiros, segundo relato, eram clientes e frequentavam os comércios locais.

“Tanto nós, no papel de comerciante, como também para quem é cliente de algum estabelecimento ficou prejudicado”,justificou uma das comerciantes.

Por causa das reclamações dos moradores em redes sociais, a problemática foi levada ao Legislativo por meio de dois vereadores. Um dos representantes sociais entregou um ofício para o gabinete do prefeito; entretanto, nada foi feito. A população segue solicitando o posicionamento de ambas as partes sobre essa obra e outras que necessitam de fiscalização.

“Estamos sem resposta do prefeito e sem voz na Câmara também”, disse a moradora.

Conclusão das obras

O prazo de conclusão da obra, que seria no dia 20 de janeiro de 2024, não foi concretizado. O secretário municipal de infraestrutura, Marcus Vinícius Abílio Faria, mencionou que a obra teve vários imprevistos que atrapalharam a finalização do projeto.

Em entrevista com o engenheiro civil da prefeitura de Itapecerica – Luan Ferreira Gato – a justificativa é que os atrasos podem ser explicados a partir de fatores técnicos, como obstáculos presentes no subsolo.

“São questões de quando a obra ainda está no chão, na terra. Eram coisas que não poderíamos ver, visualizar”.

O engenheiro ainda ressaltou que esses imprevistos não devem aparecer mais no projeto. Entretanto, o problema em relação ao período chuvoso aparece como uma preocupação.

“Os únicos imprevistos que podem aparecer é a questão de atrasos por causa de chuva”, explica.

O processo de demora para finalização de uma obra pode causar prejuízos para a própria prefeitura, conforme Luan.

“A gente entende a população, claro. Mas, o interesse maior tanto da prefeitura quanto da empresa que executa é terminar a obra”.

O engenheiro civil, conforme o cronograma físico-financeiro, aponta que a obra, caso não haja atrasos, pode ser finalizada em dois meses.