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PCMG só teve conhecimento do crime em junho deste ano (Foto: Divulgação/PCMG)

Mãe colocou uma meia na boca da filha ao se irritar com choro; Casal levou a bebê já morta com a irmã para uma festa e postou fotos nas redes sociais

A morte trágica de duas bebês gêmeas de 8 meses, ocorrida em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, resultou no indiciamento da mãe, de 28 anos, e do pai, de 31 anos. A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) concluiu o inquérito responsabilizando o casal por homicídio qualificado, ocultação de cadáver e tortura. Esse caso gerou grande repercussão em Minas Gerais e em todo o país.

Homicídio de bebês gêmeas em Betim: detalhes das morte

De acordo com as investigações, a morte de uma das gêmeas ocoreu no dia 29 de julho de 2023, no bairro Jardim Teresópolis, em Betim. O casal ocultou o corpo na divisa entre Betim e Contagem, próximo a uma linha férrea no Parque dos Bandeirantes. A segunda bebê morreu em 11 de agosto de 2023, sendo o corpo abandonado à beira da BR-381, também em Betim.

“O que mais assusta nessa história é que as mortes não foram nem no mesmo dia, para dizer que foi uma situação impensada, no desespero, o que não justifica. As mortes tiveram um espaço de aproximadamente um mês”, evidencia a chefe do Departamento Estadual de Investigação de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP), delegada-geral Alessandra Wilke.

Denúncia anônima levou à prisão dos pais

A Polícia Civil de Minas Gerais foi informada sobre os crimes no dia 7 de julho de 2024, através de uma denúncia anônima. Após investigações, uma equipe da Delegacia Especializada de Homicídios localizou a mãe das crianças em Sabará. Ela confessou sua participação nos crimes e atribuiu a execução ao pai das meninas.

A prisão do pai das gêmeas, que estava foragido, ocorreu em 25 de julho. Durante seu depoimento, ele admitiu os crimes e revelou mais detalhes chocantes sobre como as mortes ocorreram.

Crueldade e detalhes chocantes do caso das bebês gêmeas em Betim

Conforme o relato do pai, a mãe matou uma das bebês. Irritada com o choro da criança, ela, então, colocou uma meia em sua boca, causando o sufocamento. O casal ainda foi a uma festa junina no mesmo dia, levando a filha falecida no carrinho de bebê, junto com a irmã viva, e chegou a postar fotos do evento nas redes sociais.

No mês seguinte, a mãe teria sacudido a outra bebê, de acordo com relato do pai, com extrema violência, o que a fez desfalecer. Em vez de prestar socorro, ela, então, deixou a criança agonizando por sete dias no berço. Após a morte, o casal ocultou o corpo. Em seguida, jantou e se hospedou em um hotel.

O pai das gêmeas revelou os detalhes dos crimes.

“O próprio pai contou para nós porque, para ele, como não praticou os atos de execução, acreditou que não ia responder pelo crime”, contou o delegado Humberto Cornélio.

Investigação da PCMG

Devido à ausência de laços com familiares, amigos e vizinhos, os homicídios das gêmeas em Betim passaram despercebidos até a denúncia anônima feita ao Disque 181. A revelação dos crimes veio à tona após a mãe tentar terminar o relacionamento com o pai das crianças, em junho deste ano, o que levou o homem a ameaçar expor os homicídios.

Apesar das extensas buscas da Polícia Civil de Minas Gerais, os corpos das crianças, conforme a polícia, não foram localizados, devido às condições climáticas e ao tempo decorrido desde os crimes.