O vereador não descartou apresentar um novo projeto após as eleições (Foto: Liziane Ricardo/CMD)

 

O projeto banindo das escolas municipais de Divinópolis qualquer termo relacionado a ideologia de gêneros pautou o pronunciamento do vereador autor da proposta, Marcos Vinícius (PROS). Esta foi a primeira vez que o parlamentar falou sobre o assunto, após o partido dizer que ele tem autonomia para “defender as suas ideologias”.

Marcos Vinícius afirma que inclusão de ideologia de gênero no currículo escolar é para manipular as crianças (Foto: Liziane Ricardo/CMD)

Marcos Vinícius afirma que inclusão de ideologia de gênero no currículo escolar é para manipular as crianças (Foto: Liziane Ricardo/CMD)

Marcos Vinícius não poupou críticas aos ataques que vem sofrendo nas redes sociais. Chegou a classificar os defensores da ideologia de gênero como “golpistas da educação”. Afirmou ainda que estão articulando a introdução do tema no currículo escolar de “forma sorrateira, ardilosa” com o intuito de manipular as crianças.

“Escola é para aprender a ler, escrever e a nos tornar cidadãos críticos. Agora querem discutir identidade, ideologia de gêneros. Vamos deixar nesta fase as crianças serem crianças com sua identidade sexual, menina ou menino. Quando ela crescer, tiver formação própria, ela irá escolher seu caminho, mas não venham com manipulação quando as crianças estão longe de seus pais”, argumentou.

O vereador irá se reunir com o bispo Dom José Carlos para agregar apoio ao projeto.

PROS

O União Estudantil de Divinópolis (UED) chegou a questionar o PROS qual a posição do partido em relação ao projeto do vereador. Em resposta, o presidente da sigla, Edimar Félix afirmou que “esta é uma bandeira levantada pelo vereador antes mesmo de pertencer ao partido e que deve ser respeitada, uma vez, que o autor por ser evangélico, representa e defende suas ideologias”.

“Vale ressaltar também que a matéria em pauta será amplamente discutida antes de ser submetida ao plenário, que é democrático e soberano e irá decidir sobre a matéria”, afirmou em ofício.

A resposta foi recebida pela UED com questionamentos.

O presidente da UED rebateu a posição do PROS (Foto: Amanda Quintiliano)

O presidente da UED rebateu a posição do PROS (Foto: Amanda Quintiliano)

“Ele alega que é uma bandeira levantada pelo vereador antes dele pertencer ao partido, mas vejo que quando determinado político se filia a determinado partido é para representar a ideologia daquele partido. Se essa ideologia não é a do PROS porque o Marcos Vinícius foi filiado?”, indagou, acrescentando que o parlamentar está defendendo o interesse de pequenos grupos.

“Como que vamos fazer com os políticos que vem de grupos religiosos? E o Estado laico? Vamos ter pequenos grupos, grupos de interesse que vão contribuir para uma possível reeleição ou para a sociedade como todo?”.

André ainda disse que a UED irá buscar a posição do Ordem dos Advogados do Brasil e também protocolou ofício solicitando ao presidente da Comissão de Justiça da Câmara, Adilson Quadros que dê parece democrático ao projeto. No documento a entidade lista vários argumentos que apontam inconstitucionalidade na matéria.