O superior provincial da Ordem Hospitaleira do Hospital São João de Deus, Vitor Lameiras, o delegado para os Centros da América Latina, Dr. Xavier Pomés, o conselheiro provincial, Irmão José Augusto Gaspar e o delegado provincial, Irmão Augusto Vieira se reuniram com o promotor Sérgio Gildin, nesta quarta-feira (08). Afastado por ter feito uma cirurgia, a reunião foi na casa do promotor.
A permanência da Dictum e a manutenção do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) não entrou na pauta. O assunto, até então, esperado para ser discutido hoje ficará para o início de setembro, quando vence o contrato com a empresa. Até lá, Gildin irá conversar com médicos, funcionários e com representantes dos órgãos de saúde para ouvi-los em relação a atuação da interventora.
A ideia é também aguardar a posição do Estado. A Secretaria Estadual de Saúde ainda está analisando as planilhas apresentadas pela superintendência do hospital apontando o custo para se ampliar a assistência. A ideia inicial é passar dos atuais 600 procedimentos para 900, ampliando o repasse em mais R$ 450 mil ao mês. A longo prazo o valor pode chegar a R$ 2 milhões.
“A Ordem também está aguardando a decisão do Estado. Estamos esperado o Estado cumprir com a obrigação dele”, afirmou o promotor, completando com uma frase dita pelo delegado, Xavier Pomés.
“O Estado, verdadeiramente, precisa se implicar com o hospital”.
Revisão
A partir da resposta do Estado uma nova reunião será marcada entre o Ministério Público e a Ordem Hospitaleira para definirem qual o modelo de gestão será adotado, se será mantido o atual TAC ou se será elaborado outro e se a Dictum será mantida a frente da administração.
“Eles colocaram que a Dictum tem feito um bom trabalho, transparente, mas que estão preocupados com o endividamento do Hospital e que a situação do plano de saúde também preocupa”, afirmou.
Os números e detalhes dos relatórios apresentados pela Dictum à Ordem Hospitaleira não foram divulgados. Na última coletiva com a imprensa, o diretor da Dictum, Áriston Silva informou que a dívida do plano São João de Deus Saúde está próxima de R$ 11 milhões. Já o do hospital está em aproximadamente R$ 120 milhões. O montante foi reparcelado com a Caixa Econômica Federal (CEF). Já a do plano será renegociada com as clínicas e médicos.
“O que percebemos é que há um caminho percorrido, há um caminho feito. Houve uma grande diminuição do que é a divida mensal, no entanto a situação ainda é critica”, enfatizou o Irmão Vitor Lameiras e completou: “Saímos contentes pelo caminho que tem sido feito e o Dictum tem realizado um trabalho sério no sentido de conduzir o hospital ao equilíbrio”.