O suspeito, que também é pré-candidato a vereador, teria deixado de repassar mais de R$125 mil para a cliente dele
A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) instaurou, nesta sexta-feira (21), um inquérito para apurar suposto crime de apropriação indébita cometido por um advogado e pré-candidato a vereador de Divinópolis. Os documentos que compõem a notícia crime serão periciados. A vítima e o investigado serão ouvidos. Outras informações serão fornecidas em momento oportuno.
O caso veio a público após a vítima procurar a prefeitura em busca de informações sobre o recebimento do precatório. Ela tomou conhecimento quando foi até a farmácia popular retirar um medicamento de uso contínuo. Entretanto, ela não conseguiu a liberação pois havia um bloqueio no CPF. A mulher foi orientada então, pelo farmacêutico, a procurar a Receita Federal. Lá, foi informada que havia pendência de declaração de imposto de renda devido ao montante recebido de R$125.856,92.
O valor é referente a uma indenização de ação ganha contra o município. O processo tramitava desde 2008 na justiça e era referente a uma desapropriação de um imóvel devido ser localizado em Área de Preservação Permanente. (APP). O valor foi pago em março do ano passado, mas a vítima não chegou a ver nenhum centavo do dinheiro.
A prefeitura apresentou o comprovante do depósito feito na conta do procurador habilitado nos autos, no caso, o advogado R.G.C.F. O órgão também comunicou o caso ao Ministério Público.
Já a vítima entrou com ação para ressarcimento integral do valor e por danos morais contra o advogado.
Outro lado
A defesa do advogado confirmou a judicialização da ação e disse que será “estabelecido o contraditório e sua ampla defesa oportunamente”.
“Resta aduzir que existe tão somente uma relação contratual entre cliente e advogado e será aclareada por nossa justiça”, declarou.
A defesa ainda afirmou ter tomado conhecimento por “terceiros” de que o município aviou um procedimento junto ao Ministério Público e que o cliente dele ainda não tem conhecimento do fato. Ele ainda tratou a medida da procuradoria como “perseguição”.