Diego Henrique
Andar pela Rua Goiás e Av. Primeiro de Junho no Centro de Divinópolis sem ser parado por um ambulante se tornou uma tarefa difícil nos últimos dias. Toreiros sem autorização da prefeitura ocuparam trechos das ruas mais movimentadas da cidade e com a exposição dos produtos, atrapalham o fluxo de pessoas nas calçadas. Para chamar a atenção, os ambulantes espalham suas mercadorias em bancas e até mesmo no chão e com gritos, disputam o menor preço.
Edna Silva é camelô há mais de 20 anos e trabalha no quarteirão fechado da Rua São Paulo. Para ela, concorrer com vendedores sem autorização do município é inviável, uma vez em que a mercadoria oferecida por eles tem o preço menor do que o preço praticado pelos comerciantes que possuem licença.
“Se eles não estivessem nas ruas, nós que somos regularizados venderíamos mais. Acho errada essa concorrência desleal,” disse.
Para a gerente administrativa, Luísa Oliveira, comprar produtos dos toreiros é assumir o risco de levar uma mercadoria sem garantia.
“Eles ficam bem no Centro da cidade, local onde as pessoas estão sempre com pressa. Eles cercam e insistem, insistem em vender uma mercadoria sem nota fiscal. Se eu levo o produto e ao testar na minha casa ele está com defeito? Onde encontro o vendedor para trocar? Já adquiri produtos de vendedor ambulante e tive problemas,” afirmou Luísa.
Além de cosméticos, produtos eletrônicos e até vestuário, os ambulantes comercializam alimentos. Só na Av. Primeiro de Junho entre as Ruas São Paulo e Goiás, a reportagem encontrou na tarde desta sexta-feira (13), três bancas onde estavam sendo oferecidas frutas e doces.
“Eu não tenho coragem de comprar comida na rua. A falta de estrutura e de higiene me deixa receosa,” foi o que disse a estudante Marcela Braga, de 22 anos.
De acordo com a assessoria de comunicação da Prefeitura, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente com apoio da Polícia Militar (PM), realiza fiscalizações periodicamente. A assessoria atribuiu o aumento no número de ambulantes no Centro da cidade nos últimos dias à greve dos servidores que durou cerca de 40 dias. Neste período não houve fiscalização no município.
A assessoria também informou que o Centro Comunitário de Comércio, o camelódromo, foi criado para atender o público em área específica para que os produtos possam ser comercializados de acordo com o código de postura. Ainda segundo a assessoria, o trabalho dos fiscais se torna mais complexo, porque os ambulantes retornam para as ruas mesmo depois de terem suas mercadorias apreendidas.
Caso o vendedor for pego vendendo mercadorias sem nota fiscal ou que ofereçam risco à saúde pública, ele pode ser multado e ter a mercadoria apreendida. Caso o cidadão se sinta incomodado e quiser denunciar, basta procurar o setor de protocolo e registrar a reclamação.