Gleidson Azevedo divulgou vídeo dizendo que o governo federal encerrou o programa “Saúde na Hora” em Divinópolis por portaria
O prefeito de Divinópolis, no Centro-Oeste de Minas, Gleidson Azevedo (Novo) distorceu informações sobre o fim do programa “Saúde na hora”. O Ministério da Saúde (MS) informou, por meio de nota encaminhada ao PORTAL GERAIS nesta terça-feira (21/5)- que na verdade houve o remanejamento dos recursos do programa – mantido pelo Governo Federal para o Saúde da Família.
Azevedo usou as redes sociais na última quinta-feira (16/5) para acusar o governo de acabar com o “Saúde na Hora”. O programa, conforme portaria, estende o horário de funcionamento dos postos de saúde até às 22 horas, com envio de recursos. Contudo, na verdade, houve a reformulação do financiamento do programa Saúde da Família a partir da incorporação.
No vídeo (assista aqui), ele chega até a sinalizar o encerramento do programa em Divinópolis, responsabilizando o governo federal.
“A gente não quer atacar, não quer briga, quer isso funcionado. Peço aos governantes, senadores, deputados federais que façam mobilização e cobrem do governo para não deixar acabar. Saúde a gente tem que ampliar mais. Só estou aberto com médico e enfermeiro porque tem recurso federal, é ele que paga”, afirma o prefeito.
Informação desmentida
O líder político Vítor Costa chegou, na semana passada, a desmentir a informação. Ele esclareceu a incorporação do programa Saúde na Hora ao Saúde da Família, com aumento de recursos.
“O que o prefeito não contou é que recurso da saúde não é brincadeira. Tem que prestar conta direitinho, tem que ter equipe completa, tem que atingir índice, senão o governo federal corta o dinheiro. Durante a gestão do irmão do Cleitinho, tivemos as contas da saúde reprovadas por três vezes”, afirma Costa.
Ele ainda cita equipes incompletas, sem estrutura adequada e assédio moral sofrido por servidores das unidades de saúde. Acusa o prefeito de querer causar “terror”.
“Caso o programa seja cortado, saiba que é uma decisão unica e excluvisa da prefeitura. Pois dinheiro para manter o programa o presidente Lula está mandando de sobra. Mesmo com o prefeito mostrando que ele não está dando conta de administrar o recurso”, dispara.
Prefeito afirma o fim do programa
No vídeo, Gleidson afirma ter sido surpreendido por uma portaria do governo federal indicando o fim do programa e apela ao presidente Lula (PT) para que mantenha e amplie o “Saúde na Hora”. Além disso, cita que atualmente 10 unidades em Divinópolis operam até as 22 horas.
Em resposta, ao contrário da declaração do prefeito, o Ministério da Saúde esclareceu que os recursos do Programa “Saúde na Hora” foram redirecionados integralmente para o custeio das equipes de Saúde da Família.
O ministério garantiu que os valores transferidos para os municípios no âmbito do programa foram contabilizados na transição do modelo de financiamento. Assim, assegurando a manutenção dos repasses em caso de necessidade de recomposição.
Modelo de financiamento do Saúde na Hora em Divinópolis
O Ministério da Saúde ressaltou ainda que a nova iniciativa e modelo de financiamento priorizam o vínculo e o cuidado proporcionado pelas equipes de Saúde da Família no território. Essa abordagem incentiva os municípios a implantarem novas equipes e a desenvolverem estratégias adequadas às demandas locais.
Assim, conforme o Ministério da Saúde, caberá ao prefeito optar ou não, por exemplo, pela ampliação dos dias e horários de atendimento nas Unidades Básicas de Saúde, assegurando a assistência adequada à população.
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Nota de esclarecimento Ministério da Saúde
“O Ministério da Saúde informa que considerando a Política Nacional de Atenção Básica (PNAB), os 30 anos da Estratégia da Saúde da Família e o processo de trabalho instituído ao longo dos anos, visando assegurar o acesso aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), diferentes estratégias podem ser tomadas e serem reformuladas a partir de um processo de avaliação e monitoramento.
Os recursos orçamentários do Programa Saúde na Hora foram remanejados integralmente para o custeio das equipes de Saúde da Família. Os valores repassados para os municípios com o programa foram contabilizados na transição do modelo de financiamento, garantindo, assim, a manutenção dos repasses em caso de necessidade de recomposição dos valores.
Ressalta-se que a nova iniciativa e modelo de financiamento é centrado no componente do vínculo e cuidado que cada equipe de Saúde da Família desenvolve no território, estimulando os municípios a implantarem novas equipes e, com isso, realizar um cuidado efetivo à população. Dessa forma, os gestores municipais possuem autonomia para o desenvolvimento de estratégias que correspondem às demandas locais, como a ampliação dos dias e horários de atendimento nas Unidades Básicas de Saúde, para garantir a assistência adequada à população do território.”