Unidade deixará de atender neurologia e fisioterapia; Município quer organizar a unidade para cumprir a resolução do Ministério da Saúde
A Secretaria Municipal de Saúde de Divinópolis (Semusa), divulgou mais detalhes acerca do contrato da futura gestora da Unidade de Pronto Atendimento (UPA Padre Roberto). Como foi informado pelo PORTAL GERAIS, a empresa vencedora da licitação foi a Organização Social Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Social (Ibds).
O que muda na UPA?
De acordo com o secretário municipal de saúde, Amarildo de Souza, a principal modificação na unidade é que a gestão passa a ser exclusivamente da Ibds, não havendo mais a cessão de funcionários, por parte da prefeitura.
Além disso, haverá o fim da modalidade de rateio. O Executivo formulou um contrato por orçamentação global e pretende que ele ocorra através de um plano operativo, com metas assistenciais, onde o próprio repasse dos recursos serão atrelados ao cumprimentos delas.
“Os médicos não necessariamente serão substituídos. Eles poderão passar pelo processo seletivo da empresa vencedora e da mesma forma que eles trabalham para a Santa Casa, poderão trabalhar para a outra empresa”, explicou o secretário.
Plano de trabalho
Sobre o plano de trabalho, a diretora de urgência e emergência, Cristiane Silva Joaquim, detalhou que o processo, que é atrelado ao edital, prevê que a UPA atenda o formato das resoluções do Ministério da Saúde, para uma equipe do tamanho e do formato do equipamento de urgência e emergência.
As equipes não previstas nas resoluções, como as de buco-maxilo, neurologia e fisioterapia, serão trabalhadas na contra referência. A fisioterapia, por exemplo, é realizada no CRER, as especialidades na atenção especializada. Em todos os casos são necessários os encaminhamentos.
Hoje, entre 60% a 65% da demanda da UPA são de pacientes sensíveis à atenção primária, ou seja, não são casos considerados de urgência e emergência. Com a nova gestão, serão preenchidas as fichas de contra-referência, ou seja, o paciente passará por atendimento médico e será orientado a procurar um posto de saúde.
“Não podemos recusar atendimento, mas podemos organizar”, explica o secretário.
O método já existe hoje, porém será colocado como meta para a nova gestora. A expectativa é que, a longo prazo, haja a conscientização dos usuários para procurarem a UPA apenas em casos considerados emergenciais.
Economia
Amarildo também declarou que alguns processos na unidade ficarão mais econômicos, devido aos funcionários efetivos, que possuem um custeio maior do que os contratados. Porém, ele explicou que a Semusa pretende que as modificações sejam realizadas de uma maneira que não haja um prejuízo assistencial.
“Já temos um grande efetivo de contratados funcionando com 70%, que já têm experiência há pelo menos três, quatro anos trabalhando na unidade, porque já têm cinco anos que é uma empresa que trabalha com contratados”, declarou o secretário.
Além disso, segundo Cristiane, o remanejamento de funcionários da UPA vai causar, a princípio, para a prefeitura, uma economia de R$8 milhões por ano, de acordo com cálculos da procuradoria. Isso se deve à razão de que os servidores de carreira da unidade, além de muito tempo de serviço, possuem uma porcentagem de gratificação e uma carga horária diferenciada do formato CLT.
“A diferença financeira se dá pela carga horária e pelo salário dos efetivos”, explicou.
Situação do contrato
Nesta quarta-feira (28), a Semusa e a Idbs trataram de diversos assuntos para a substituição da gestão. O novo contrato já foi homologado e agora falta a assinatura e em seguida, o estabelecimento da vigência.
“A empresa pediu em torno de 45 a 60 dias para que ocorra essa transição, portanto iremos conversar com a Santa Casa e fazermos o processo concomitantemente, para que a Idbs entre sem nenhuma pendência e a atual empresa saia sem nenhum problema”, finalizou Amarildo.
O contrato da atual gestora, a Santa Casa de Formiga, vale até o dia 29 de setembro. O vínculo entre prefeitura e Idbs para a nova gestão da unidade possui o valor de R$ 1.517.000,00 mensais, obtendo o prazo de cinco anos. Acabando o período de vigência, ele poderá ser renovado, emergencialmente, em até 12 meses.
Devido à minuta de contrato ainda não ter sido assinada, os representantes da Idbs se apresentarão à imprensa assim que isto ocorrer.
Foto de capa: Marcelo Lopes/Portal Gerais