O estudo do NetLab da UFRJ apontou os principais propagadores de desinformação sobre a tragédia climática no RS, incluindo Pablo Marçal, Eduardo Bolsonaro e Senador Cleitinho Azevedo
Um estudo conduzido pelo Laboratório de Pesquisa da Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (ECO – UFRJ), o NetLab, apresentou uma análise detalhada dos principais propagadores de desinformação em relação à tragédia climática que ainda afeta o Rio Grande do Sul. Dentre eles, ocupando a 3ª posição aparece o senador Cleitinho Azevedo (Republicanos).
Nas últimas semanas, uma onda de notícias falsas e discursos negacionistas sobre as doações, as ações do governo federal e a crise climática tem se espalhado pelas redes sociais.
Indignação sobre informações falsas
Muitas dessas informações falsas ocorreram direcionadas diretamente ao governo federal. O Ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Paulo Pimenta (PT-RS), expressou sua indignação diante dessa situação.
“É difícil compreender como, em um momento de tamanha vulnerabilidade, pessoas se refugiam atrás de suas telas para criar conteúdos mentirosos, buscando algum tipo de ganho político ou econômico”, declarou no último domingo (12/5).
Estudo sobre o caso
O estudo realizado pelo NetLab abrangeu o período de 27 de abril, quando as chuvas intensas e os alagamentos tiveram início no estado, até 10 de maio. Durante esse período, o levantamento identificou as principais informações falsas, bem como os principais influenciadores, políticos, plataformas e narrativas compartilhadas pelos usuários.
Fake News propagadas pela extrema direita
Marçal, dono do “La Casa Digital”, provocou controvérsia ao acusar a Polícia Rodoviária Federal de bloquear doações às vítimas das enchentes. Da mesma forma, o filho 03 do ex-presidente afirmou que o governo impediu caminhões com doações para o RS.
Apesar da negação, ele criticou a esquerda, assim como a Globo por “ocultar a realidade”. Eduardo também criticou Lula por demorar a enviar a Força Nacional e por visitar Santa Maria antes de Porto Alegre, sendo que Santa Maria era a cidade mais afetada.
Narrativas falsas
Narrativas falsas destacadas no estudo incluem: “Lula não se importa com as vítimas das enchentes”, “Marina culpa Bolsonaro pela tragédia”, “Starlink é a única internet nos resgates”, “Show da Madonna recebeu recursos destinados ao RS”, “Governo bloqueia doações para as vítimas”, “Chuvas são punição divina”, “Tragédia planejada por globalistas” e “Direita oferece mais ajuda que o governo”, conforme destacado no estudo.
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De acordo com o documento, as narrativas utilizadas tinham como objetivo declarar que a ação do governo foi “inadequada”. Além disso, negar a conexão entre os eventos e as mudanças climáticas, inserir o desastre em agendas morais e teorias conspiratórias.
Ainda conforme o estudo, também objetivavam enaltecer a importância de seus aliados na gestão da crise. Assim como, tirar proveito do desastre por meio de autopromoção, criando uma campanha coordenada para atingir diversos públicos. Um dos motivos mais prováveis para o fortalecimento desse negacionismo seria a proximidade das eleições municipais.
Principais propagadores de desinformação, segundo o NetLab:
- Pablo Marçal, empresário e influenciador digital
- Eduardo Bolsonaro, deputado federal (PL/SP)
- Cleitinho Azevedo, senador (Republicanos/MG)
- Michele Dias Abreu, influenciadora digital cristã
- Leandro Ruschel, empreendedor e influenciador de direita
- Victor Sorretino, médico influenciador