CLEITINHO-PEC-SUPER-SALÁRIOS
Foto: Senado

Citando figuras políticas e públicas do passado, Senador Cleitinho Azevedo gera polêmica e é contestado por deputada estadual e secretaria de finanças do PT

O senador Cleitinho Azevedo (Republicanos) fez duras críticas à anistia concedida às figuras políticas e públicas do passado, na época da ditadura, fazendo um paralelo entre essas figuras e os líderes atuais.

Ele apresentou um vídeo em que questiona a concessão de anistia e incita a população a refletir sobre as consequências dessa prática, indicando que muitos beneficiados se tornaram os “ditadores” do presente.

“Olha aqui ó. Os anistiados do passado são os ditadores do presente”, afirmou o senador.

Além disso, no vídeo, exibia imagens como Dilma Rousseff, José Dirceu, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Chico Buarque, entre outros.

Cleitinho, usando exemplos de figuras que, na visão dele, não pagaram pelas ações cometidas, ele faz crítica.

“Sérgio Cabral, foi governador do Rio de Janeiro, condenado a 400 anos para pagar, ele tinha que ressuscitar no mínimo quatro vezes para pagar”, afirmou.

Além disso, Cleitinho ainda questionou a liberdade de Cabral, que, segundo ele, estaria “rindo da cara do povo” enquanto tenta voltar à política.

08 de janeiro

O vídeo do senador segue com uma declaração sobre o caso de Débora, acusada de participar dos atos golpistas de 08 de janeiro de 2023.

Segundo ele, teve um patrimônio público danificado, sendo possível pegar 17 anos de prisão. Azevedo se posiciona a favor de Débora, dizendo:

“Eu estou do lado da Débora. Eu espero que vocês também. Todo povo brasileiro, fique do lado da Débora.”

Azevedo finaliza seu pronunciamento com um apelo claro. “Eu sou a favor da anistia. Vamos pra cima. Tamo junto!”

Repercussão

A Secretaria Nacional de Finanças do PT, Gleide Andrade, criticou vídeo de Cleitinho Azevedo, refutando as suas afirmações e afirmando que ele comete um erro histórico.

“Não, Cleitinho, o seu vídeo não pode viralizar. Sabe por quê? Porque ele comete um erro histórico”, afirmou Gleide Andrade em sua resposta, acrescentando que as figuras citadas por Azevedo foram vítimas da ditadura militar.

Gleide lembrou que muitas dessas pessoas sofreram tortura nos porões do regime militar, como foi o caso da ex-presidente Dilma Rousseff.

“Todas essas pessoas que você mostrou, elas foram anistiadas porque foram vítimas da ditadura militar”, declarou, criticando a comparação feita pelo senador.

Além disso, Gleide Andrade, explicou a diferença entre os anistiados do passado e os suspeitos envolvidos no ato golpista.

“Essas pessoas que hoje você quer anistia, foram as pessoas que agiram contra o patrimônio público, que quebraram o STF, a Câmara, o Senado”, argumentou Gleide.

Além disso, Gleide criticou a postura de Cleitinho, apelando para que o senador revisasse a história do Brasil antes de emitir opiniões.

“Você, senador, tem responsabilidade. Você é um dos 81 senadores que tem uma cadeira na casa maior. Então ainda está em tempo. Volte aos livros de história”, disse Gleide, reforçando a importância de entender a trajetória do país que ele representa.

Ela finalizou com um recado claro, direto para senador, para que não cause vergonha no povo brasileiro em especial nos mineiros.

“Não nos envergonhe, senador. Não faça isso com Minas Gerais e com o Brasil.”

Lohanna França

A deputada estadual Lohanna França (PV) fez duras críticas à postura da extrema-direita no Brasil, especialmente em relação ao comportamento do senador Cleitinho Azevedo e à tentativa de golpe orquestrada no Brasil.

“Gente. No Brasil morre-se de tudo, menos de tédio,” começou sua fala, apontando o que ela considera ser uma surpresa constante: a defesa da extrema-direita a favor de pessoas que, segundo ela, pretendiam dar um golpe de Estado.

Além disso, Lohanna não poupou críticas ao fato de que muitos, que até pouco tempo atrás falavam que “bandido bom é bandido morto”, agora estão defendendo aqueles que participaram da invasão e destruição de prédios públicos em Brasília.

“O que eles estão defendendo? Pessoas que invadiram, quebraram e desejaram dar um golpe de Estado no nosso país?”, questionou a deputada, refletindo sobre a hipocrisia da situação.

O que realmente aconteceu no dia 8 de Janeiro

A deputada explicou ainda que a tentativa de golpe no dia 8 de janeiro não foi um evento isolado, como algumas tentativas de fazer parecer.

“A galera da extrema-direita está tentando dar a impressão de que o que aconteceu no dia 8 de janeiro foi uma ação isolada de senhorinhas com Bíblia debaixo do braço e de mulher pintando estátua de batom. Tudo muito inofensivo”, afirmou.

Para Lohanna, a realidade é bem diferente, e a Polícia Federal já deixou claro que o que aconteceu naquele dia foi parte de uma ação orquestrada por meses.

Ela destacou que houve um planejamento de homicídios, inclusive contra o presidente e vice-presidente eleitos, além de um financiamento muito maior por trás da ação.

“O que a gente viu foi no dia 8 de janeiro, com toda a quebradeira, com toda a destruição do nosso patrimônio e com todo o risco real que a democracia do nosso país correu”, declarou a deputada, destacando a gravidade do evento.

A postura da extrema-direita e as críticas ao senador

Lohanna também não hesitou em apontar a falta de responsabilidade dos parlamentares, como o senador Cleitinho Azevedo, que, segundo ela, deveria focar em problemas reais da população brasileira, como a falta de alimentos, a crise na saúde, educação, infraestrutura e segurança.

“A maior parte da população brasileira já deixou claro que rejeitou o 8 de janeiro”, disse a deputada, criticando a postura de Azevedo, que, em sua visão, “ficou requentando pauta” para manter vivo um eleitorado de extrema-direita.

Além disso, ela ressaltou ainda a hipocrisia dos defensores de uma postura radical em relação à segurança pública.

“A galera do bandido bom é bandido morto. Mais uma vez nos escancara a sua hipocrisia, porque bandido bom é bandido morto, exceto se for bandido de hóspedes deles, tipo a turma do Bolsonaro”, afirmou a deputada, criticando a defesa de certos personagens ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro.

Lohanna finalizou seu discurso destacando a urgência de se enfrentar os desafios reais do país, como a desigualdade social, a crise econômica e a necessidade de um compromisso sério com a democracia e o bem-estar da população. Ela concluiu.

“Um senador da República poderia ser muito mais útil e explicar muito mais que seu salário estivesse ajudando a gente a enfrentar os problemas reais da população.”