Instituto afirmou que desde o final de 2023 vem alertando a prefeitura sobre alta demanda e que a UPA passou a fazer papel de hospital.
Na manhã desta teça-feira (14/05), o Instituto Brasileiro de Políticas Públicas (Ibraap) emitiu nota de esclarecimento em relação ao contrato estabelecido entre a Prefeitura Municipal de Divinópolis e o Instituto para a gestão da UPA Padre Roberto. A nota destaca que, primeiramente, o Ibraap tomou conhecimento do desejo de rescisão de contrato por meio da imprensa e redes sociais, e somente depois foi oficializado pelo Município.
O pronunciamento vem a público após a Prefeitura e o Consórcio Intermunicipal de Saúde da Região Ampliada Oeste (Cis-Urg Oeste) firmarem que o consórcio assumirá a gestão da UPA após a rescisão. Entretanto, todo o processo de negociação foi realizado sem o conhecimento da gestão atual da UPA.
Em entrevista exclusiva ao PORTAL GERAIS, a gestora de contrato do Ibrapp Silvana Alves, pontuou a aumento considerável dos números de atendimentos e as situações que ocorreram nos últimos meses.
Assista à entrevista:
Aumento dos atendimentos
Segundo a gestão, foram atendidas todas as solicitações apontadas pelo municípios, onde foram esclarecidos os fatos ao executivo e legislativo municipal. Além disso, a nota evidencia o aumento dos atendimentos realizados Unidade, como dito por Silvana Alves em entrevista, o número chegou a praticamente dobrar.
“O número de atendimento de pacientes na UPA aumentou consideravelmente desde o fim do ano passado e o Ibraap alertou ao município quanto a isso. Somente em fevereiro, após saturação de atendimento e várias reclamações, que afetava a imagem do executivo, foi aberto o ambulatório da dengue para desafogar a UPA, mesmo assim, o número de atendimentos continuava elevado”, destacou em nota.
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UPA estaria fazendo papel de hospital
Atingido níveis históricos de ocupação, a “UPA passou a fazer papel de hospital, sem ter estrutura física e recursos financeiros para tal finalidade”. A gestão pontua que a Secretária Municipal de Saúde (Semusa) havia sendo comunicada da situação da Unidade desde de janeiro, onde “a unidade estava com mais de 150% de ocupação de pessoas aguardando vaga hospitalar, mas somente no final de abril, após casos de óbito com repercussão na mídia, foi que a prefeitura se disponibilizou a “comprar” leitos de pediatria”.
Diante disso, o Instituto diz que recebe “com muito espanto” a movimentação criada pela Prefeitura sobre tratativas imediatas de rescisão. A rescisão contratual prevê multa de aproximadamente R$ 5 milhões.
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Compromisso com a população
O IBRAAP afirma que em momento algum a população ficou desassistida ou sem atendimento na UPA Padre Roberto. Isto é, apesar do tempo de espera maior, todos são atendidos com base no Protocolo de Manchester, onde são classificados por escala de urgência. Pontuam, que os casos como não urgentes, “que deveriam ser atendidos em UBSs, porém devido ao fato de demora de conseguir consulta e exames na atenção básica de saúde, a população opta por procurar atendimento na UPA”.
“Reiteramos nosso compromisso com a população, mas é absolutamente infundada a Gestão da UPA levar toda a responsabilidade das falhas da saúde como um todo, se há falta de prevenção na atenção primária e também não há leitos hospitalares para transferência de pacientes. Mudar a gestão pelas redes sociais é fácil e, claro, não irá mudar o cenário real da saúde que precisa de mais atenção primária e leitos hospitalares para fazer todo o sistema funcionar”, destacou.