Subsídios do prefeito, vice e secretários também serão reajustados; “Deveria deixar, quem está achando ruim, sem médico”, dispara vereador
Os vereadores de São Gonçalo do Pará, no Centro-Oeste de Minas, reajustaram o salário em 61,7%. O projeto fixando os subsídios dos agentes políticos foi aprovado por seis votos, nesta segunda-feira (18/11).
O valor dos parlamentares – da cidade de 12,5 mil habitantes, conforme o censo de 2020 – passará dos atuais R$ 5.009,37 para R$ 8.100. A justificativa é de que o último ganho real ocorreu em 2012. Desde então, há a correção anual com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).
Não serão apenas os vereadores de São Gonçalo do Pará
Não serão apenas os vereadores a receberem mais a partir de 2025 – ano que inicia a próxima legislatura. O subsídio do prefeito saltará dos atuais R$ 17.710,06 para R$ 23 mil, ou seja, aumento de 29,87%.
Quem também ganhará mais será o vice-prefeito. O salário passará de R$ 6.917,97 para R$ 11,6 mil, 67,68%.
Já os secretários municipais terão aumento de 38,77%, saltando de 5.188,49 para R$ 7,2 mil.
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Equiparação
Outra justificativa usada pela Mesa Diretora – autora do projeto – para aumentar os subsídios é a equiparação com outros municípios de mesmo porte, como Igaratinga e Conceição do Pará. Na primeira, o vereador ganha R$ 5,2 mil e na segunda R$ 4,6 mil, segundo os portais da transparência de cada legislativo.
“Após realizar análise minuciosa e concluir que os valores dos subsídios atuais estão defasados em comparação dos municípios do mesmo porte, tendo em vista que a última atualização foi no ano de 2012, venham a título de atualização e organização”, consta na justificativa.
Apenas três dos nove vereadores se posicionaram contra o projeto: Pedro Henrique (MDB), Márcio Antônio (MDB), Gilbas Mariano (PSB).
“Chegou o projeto dos servidores, copeira, serviçais, aumentando a jornada de 6 horas para 8 horas. Ninguém teve reajuste de 100%, porque o vereador tem que ter de 100%? Os outros vereadores bateram boca comigo. Querer ganhar R$ 8,1 mil eu quero, é justo? O servidor trabalhar 8 horas por dia e não tem, ganha pão seco e café, eles não ganharam nem 20% de reajuste”, argumentou Márcio Antônio.
O parlamentar ainda acrescentou ser favor do reajuste do prefeito já que, ao aplicar descontos ele cai de R$ 17.710,06 bruto para R$ 8.704,19 líquido. “É pouco para administrar uma cidade”, enfatiza. Os demais, secretários e vice-prefeito, afirmou também ser contra.
“Deixa sem médico”
O presidente da Câmara, o vereador Eder Múcio do Amaral reforçou, então, que desde 2012 não havia reajuste. Afirmou ainda que médicos ganham mais do que o prefeito, o que seria inconstitucional. E, que, ao reajustar o subsídio do prefeito estaria dando condições, por exemplo, de contratar profissionais para a cidade.
“O funcionário não ganha mais do que o patrão não e aqui em São Gonçalo é diferente (…) Deveria deixar, quem está achando ruim, sem médico”, disparou.
O valor pago a médicos mencionado pelo vereador seria por meio de Consórcio Intermunicipal de Saúde do Médio Paraopeba (Icismep). A contratação estimada é de R$ 19 mil.
Em tom áspero, afirmou não depender de dinheiro da câmara e que, quem não concorda poderá fazer novas escolhas nas eleições do próximo ano.
“Eu não vivo de câmara, eu não tenho um real de câmara, nunca comprei nada para mim com dinheiro de câmara. Eu não dependo de câmara. Pode falar isso para quem quiser. Quem não quiser não vota. Vota em quem quiser no ano que vem. Minha posição é essa”, enfatizou, mencionando que os novos valores será para o mandato de 2025 a 2028.