Vice-presidente da Câmara declarou ser contra a retirada do projeto que obrigava o ponto biométrico e afirmou que houve pressão de parlamentares
Parte dos vereadores de Divinópolis pressionou para a retirada do projeto que obrigava os assessores a registrarem ponto biométrico. O ofício lido na reunião, desta quinta-feira (27), menciona o pedido de alguns edis, porém não revela os nomes. Um dos motivos seria o período eleitoral.
O vice-presidente da câmara, Ademir Silva (PSD) aderiu ao ponto biométrico há cerca de um ano. Ao PORTAL GERAIS afirmou ser contra a retirada.
“Já tem mais de um ano que estou no meu gabinete com a biometria instalada, todos os meus assessores usam. Esse projeto foi retirado a pedido de alguns vereadores que acham que não é interessante para eles. Eu sou contra a retirada, porque sou a favor da biometria porque evita que muitos assessores nem compareçam e recebam”, argumentou.
Silva contou que os colegas pediram que a proposta não fosse a votação, principalmente, devido às eleições deste ano. Isso para que os assessores se dividam entre as atividades da câmara e campanha.
“Esse projeto foi discutido com a Mesa Diretora e alguns vereadores acharam por bem ele não ser votado atualmente, porque estamos em um ano eleitoral, onde os assessores são de grande importância para ajudar os vereadores nesta reeleição”, argumentou.
Questionado sobre a legalidade de dividir assessores entre as atividades parlamentares e de campanha, ele disse que os vereadores alegaram que os profissionais devem ficar 24 horas à disposição deles.
“Como a base eleitoral do vereador é um pouco distante da câmara, é preciso que ele desloque, venha aqui, bata o ponto biométrico e depois volte para a base eleitoral para fazer os trabalhos externos da casa […] Todos os assessores têm como dever estarem 24 horas à disposição do vereador”, alegou.
Sem a biometria, eles continuam assinando a velha folha de ponto. O controle de presença é feito por cada gabinete e encaminhado para o departamento pessoal.
Custo de assessores
Cada vereador tem direito a até quatro assessores. Hoje, estão nomeados 67, segundo consulta realizada nesta quinta-feira (27) no Portal da Transparência. O salários variam entre R$ 7.472,00 e R$2.669,00. No ano passado, eles custaram aos cofres municipais R$3,34 milhões.
Que aderiu e não ao ponto biométrico
Atualmente, nove não adotaram a biometria, são eles: Adair Otaviano (MDB), Edsom Sousa (sem partido), Sargento Elton (Patriota), Eduardo Print Jr. (Solidariedade), Dr. Delano (MDB), Josafá Anderson (Cidadania), Zé Luís da Farmácia (PMN), Nego do Buritis (Prona) e Roger Viegas (PROS).
Adotam a biometria nos gabinetes: Janete (PSD), Matheus Costa (Cidadania), César Tarzan (PP), Ademir Silva (PSD), Marcos Vinícius (PROS), Renato Ferreira (PSDB), Raimundo Nonato (PDT) e Rodrigo Kaboja (PSD).