Domingos reconhece que será um desafio definir o custeio (Foto: Divulgação)

Usando palavras como “absurdo” e “lastimável” o deputado federal, Domingos Sávio (PSDB) rebateu a afirmação de que o “Hospital Público poderá se transformar em elefante branco”. A fala é do também deputado federal, Jaime Martins (PSD) ao PORTAL, como divulgado na última semana. Domingos afirmou que a obra não é um investimento errado e sim imprescindível.

Quase 90% da obra já está concluída (Foto: Rodrigo Dias/PMD)

Quase 90% da obra já está concluída (Foto: Rodrigo Dias/PMD)

A afirmação de Jaime Martins foi quanto a indefinição da forma de custeio da unidade. Com quase 90% das obras concluídas ainda há o desafio de arrumar recursos para o funcionamento. Antes disso é necessário também buscar formas para equipa-lo. Para Martins, se não houver um mecanismo de custeio bem definido a região terá um novo problema com um prédio parado.

A posição do parlamentar foi criticada por Domingos. O tucano disse que a afirmação é “um absurdo vindo de uma figura pública”.

“Ele quer fazer parecer que foi um erro essa construção. Tenho convicção que não foi um erro. É uma tragédia uma cidade do porte de Divinópolis não ter um hospital público”, afirmou e completou: “Só vai virar elefante branco se não tiver gente para lutar por Divinópolis”.

Domingos ainda enfatizou que os recursos injetados na obra não poderiam ser direcionados para o Hospital São João de Deus como sugeriu Martins. Com dívida de R$ 100 milhões, alega o parlamentar, o Estado não poderia pagar por se tratar de iniciativa privada.

“O hospital está com problema de custeio e outro aspecto, se você deixa de construir adotando o raciocino que basta fazer funcionar o São João de Deus, você admite que a região não precisa e merece um hospital público”, argumentou.

“O hospital público irá desafogar o São João de Deus atendendo a baixa e média complexidade, o que dá prejuízo a ele”, completou.

Desafio

Domingos reconhece que será um desafio definir o custeio (Foto: Divulgação)

Domingos reconhece que será um desafio definir o custeio (Foto: Divulgação)

Com a crise financeira instalada no país, cortes no orçamento da saúde, Domingos também reconhece que não será fácil colocar a unidade para funcionar. Estima-se um gasto anual de quase R$ 100 milhões. O tucano fala em menos, mas não arrisca um valor.

“É claro que é um desafio, mas vai ser trabalhado na mesma forma do Risoleta Neves. Terminou e está lá salvando milhões de vidas, como está funcionando o de Uberlândia. Não tenho a ilusão que será fácil. Mas se alguém pensar em construir só depois de ter garantido o custeio, não vai construir nada. Primeiro constrói, depois equipa e define o custeio”, ressaltou.

Para equipa-lo o hospital já conta com R$ 15 milhões depositados nas contas do Estado. O montante foi direcionado pelo deputado.

“Não podemos ficar com um hospital pronto parado, com pessoas morrendo na UPA. Só se for um político sem entusiasmo, para não usar uma expressão mas esdruxula”.

Hospital Escola

Na semana passada, Domingos se reuniu com o ministro da Saúde, Ricardo Bastos. Ele colocou a necessidade de apoio da União no mecanismo de custeio e reapresentou a ideia de transforma-lo em Hospital Escola, com o apoio da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ). O tucano também convidou o ministro para visitar as obras em Divinópolis.