Vereador nega recebimento de propina.(FOTO: Amanda Quintiliano)
Vereador nega recebimento de propina.(FOTO: Amanda Quintiliano)

Vereador afirmou que ex-chefe de gabinete Wastheyn Lopes pediu projetos, que um dos empresários é irmão do diretor de esportes

O vereador de Divinópolis Rodrigo Kaboja (PSD) afirmou que Wastheyn Lopes, ex-chefe de gabinete do prefeito Gleidson Azevedo (Novo) pediu a ele que elaborasse um projeto de zoneamento. A declaração ocorreu, nesta quinta-feira (22/2), durante oitiva da Comissão Processante que analise a denúncia que pode levar à cassação do mandato do parlamentar com base na operação Gola Alva do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG).

Kaboja ainda disse que Azevedo tinha conhecimento de todos os projetos, que alguns foram discutidos na mesa junto com ele e empresários. Afirmou ainda que o prefeito estava presente quando o ex-chefe de gabinete pediu a elaboração de uma das matérias.

“Todos os empresários, nós sentávamos com o prefeito, ficávamos lá meia hora, 40 minutos, até uma hora. Ele tinha consciência de tudo. Eu nunca menti”, afirmou Kaboja.

Kaboja afirmou que Gleidson Azevedo tinha grande interesse de aprovar o projeto de zoneamento CM-048, que atendia o empresário Nicácio Junior. A matéria autorizou a ampliação do número de pavimentos de prédios em determinadas áreas da cidade, como no bairro Liberdade.

Ao ser questionado sobre onde conversavam com o prefeito a respeito do assunto, Kaboja, então, respondeu: “na mesa dele”. Em seguida, emendou: “o prefeito tinha grande interesse em aprovar esse projeto, está nos vídeos que rodou a cidade, ele ainda fala 600 apartamentos“.

Kaboja ainda afirmou que o prefeito e Nicácio também tinham uma relação de parceria.

“Era muito solicitado pelo prefeito, ajudou muito o prefeito, construiu casa, reformou casa no bairro Terra Azul, o Nicácio construiu casa lá a pedido do prefeito. Me ajudou muito nos meus calçamentos. Era uma guela larga. Ele (Gleidson) pedia os empresários ajuda para fazer obras, não era para ele não, como eu fiz várias obras”, completou.

Vereadores arrolados como testemunhas

Na oitiva, o vereador afirmou que arrolou os demais vereadores como testemunhas para que ficasse claro que não tinha autonomia sobre os votos deles. Além disso, para mostrar que jamais teve algo que desabonasse a conduta dele como parlamentar.

O vereador revelou ainda que o empresário Hamilton Antônio de Oliveira – também ouvido pela comissão, é irmão do secretário de esportes – contudo, trata-se do diretor da pasta Wesley de Oliveira.

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Estado de saúde

Por fim, Kaboja voltou a dizer que não tem nenhuma prova material para condena-lo, tem vergonha de ir a alguns lugares por ter o nome “achincalhado” sem dever nada. Classificou como “desumano” tudo isso que está acontecendo.

O vereador disse que seu estado de saúde era debilitado na época, que estava “mais doido” que o normal devido ao uso de medicamentos para tratamento de síndrome do pânico e depressão.