O pedido de demissão da diretora-presidente do Complexo de Saúde São João de Deus (CSSJD), Elis Regina Guimarães repercutiu na reunião desta terça-feira (28/9) da Câmara de Divinópolis. Indignados, os vereadores trataram as denúncias feitas contra o hospital como “perseguição” e pediram provas.
Hilton de Aguiar que, na semana passada, já havia saído em defesa da gestora, voltou a apoia-la. Citando o movimento #ficaelis afirmou: “Tem que ficar mesmo”.
“Fica, ajuda as pessoas que precisam. Tem que sair é o Érico (diretor de regulação) e o senhor Alan (secretário de saúde). Xarope de mentiroso. Eles quem têm que dar linha”, disse o edil.
Para Aguiar, o que estão fazendo é “covardia”.
“Isso se chama inveja (…) Deixa de perseguição. Deixa a mulher fazer o serviço dela que tem feito um serviço brilhante na cidade”, disparou.
Denúncias
As denúncias contra o hospital começaram a surgir após a visita do deputado federal Léo Motta (PSL) em Divinópolis. Na época, ele fez uma live da sede da prefeitura cobrando do prefeito Gleidson Azevedo (PSC) a destinação de R$4,1 milhões de emendas que já estavam nos cofres do município ao hospital.
A primeira polêmica veio em seguida, quando foram reveladas a compra de três vans odontológicas pelo CSSJD. Os veículos estavam estacionados em um terreno de posse do deputado e seriam usados em uma parceria com a Associação dos Diabéticos de Contagem, também ligada a ele.
A suspeita é que as emendas tenham sido destinadas com a condição da compras das vans e a doação delas ao fim da prestação do serviço.
Em seguida, a supervisão hospitalar da Semusa, em prestação de contas, afirmou ter detectado pelo menos 200 casos de divergências de valores cobrados pelo hospital por procedimentos do Sistema Único de Saúde (SUS).
Evitando usar o termo “superfaturamento”, a equipe disse que o hospital realizava um determinado procedimento e cobrava por outro mais caro.
Demissão
As constantes denúncias forçaram a diretora-presidente a pedir demissão. A partir do movimento #ficaelis ela teria recuado e aceitado rever a decisão. Inicialmente, ela deverá ficar afastada alguns dias das atividades para descansar.
Provas
O vereador Flávio Marra (Patriota) que também já havia tecido críticas à atuação da Secretaria de Saúde, voltou a pedir provas.
“Quando o Alan traz para essa casa uma série de denúncias relacionadas ao hospital o que eu fiz foi pedir a ele provas”, cobrou.
Segundo ele, provar a denúncia é necessário para não manchar a imagem do hospital e de Elis Regina.
“A Elis Regina é uma pessoa séria, comprometida, que pegou a Fundação Geraldo Corrêa e o Hospital São João de Deus com mais de R$ 130 milhões de dívidas e pôs em dia com gestão. Isso você mancha a imagem do profissional e da instituição”, comentou.
Reunião
Na segunda-feira (4/10) está prevista, segundo Hilton de Aguiar, uma reunião especial onde representantes do hospital e da Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) ficarão cara a cara e poderão confrontar as denúncias. O Ministério Público também será convidado a participar.
